Dia de Ciências – Prémio para o melhor aluno na licenciatura de Química

Mais uma vez, a Fundação entregou, no Dia de Ciências, o prémio para o melhor aluno da licenciatura de Química 2022 – 2023, na Faculdade de Ciências de Lisboa no dia 23 de Abril 2024.

O evento comemorou o 113º aniversário da FCUL, num ambiente de festa, onde, para além das intervenções do Diretor da Faculdade, Professor Luís Carriço e do Magnífico Reitor da Universidade de Lisboa, Professor Luís Ferreira, houve a muito interessante palestra da Professora Virgínia Dignum (antiga aluna da FC-UL) sobre um tema de extrema atualidade (e controvérsia), a Inteligência Artificial:

 

 

 Beyond the AI hype:
Balancing Innovation and Social Responsibility | Virgínia Dignum

A Inteligência Artificial (IA) pode ampliar as capacidades humanas, mas tem de enfrentar desafios na educação, no emprego, e de viés nos dados. Adotar uma abordagem responsável envolve compreender a natureza da IA, escolhas de design, o papel social e considerações éticas. Os desenvolvimentos recentes da IA, incluindo modelos fundamentais, modelos transformadores, modelos generativos e grandes modelos de linguagem (LLMs, em inglês) levantam questões sobre se estão a mudar o paradigma da IA, e sobre a responsabilidade daqueles que estão a desenvolver e a implementar sistemas de IA. Em todos estes desenvolvimentos, é vital compreender que a IA não é uma entidade autónoma, mas sim dependente da responsabilidade humana e da tomada de decisões.

Nesta sessão, irei discutir mais em detalhe a necessidade de uma abordagem responsável à inteligência artificial que enfatize a confiança, a cooperação e o bem comum. Assumir responsabilidades envolve regulamentação, governança e consciencialização. A ética e os dilemas são considerações constantes, mas requerem a compreensão de que devem ser feitas concessões e que os processos de decisão são sempre contextuais. Assumir responsabilidades requer conceber sistemas de IA com valores em mente, implementar regulamentação, governação, monitorização, acordos e normas

Em vez de ver a regulamentação como um constrangimento, esta deve ser vista como um ponto de partida para a inovação, assegurando a aceitação pública, impulsionando a transformação e promovendo a diferenciação empresarial. A Inteligência Artificial Responsável não é uma opção, mas a única forma possível de avançar na IA.

Sobre Virgínia Dignum:

Virgínia Dignum é Professora de Inteligência Artificial Responsável na Universidade de Umeå (Suécia), onde lidera o AI Policy Lab. É também consultora sénior em políticas de IA das Fundações Wallenberg. É doutorada em Inteligência Artificial pela Universidade de Utrecht (2004), membro da Academia Real Sueca de Ciências da Engenharia e membro da Associação Europeia de Inteligência Artificial (EURAI).

Virgínia Dignum é membro do Órgão Consultivo das Nações Unidas sobre IA, da Parceria Global sobre IA, do grupo de especialistas em IA da OCDE, fundadora da ALLAI, a Aliança Holandesa de IA, e copresidente do Conselho do Futuro Global sobre IA do WEF. Foi ainda membro do Grupo de Especialistas de Alto Nível em IA da EU e líder da orientação da UNICEF para IA e crianças. O seu novo livro, “The AI Paradox”, tem publicação prevista no final de 2024.